Clarice Lispector diz:


O futuro mais brilhante é baseado num passado intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.
Clarice Lispector

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

CONSELHOS LEGAIS PARA A VIDA


  1. Elogie 3 pessoas por dia.
  2. Tenha um aperto de mão firme.
  3. Olhe as pessoas nos olhos.
  4. Gaste menos do que ganha.
  5. Saiba perdoar a si e aos outros.
  6. Trate os outros como gostaria de ser tratado.
  7. Faça novos amigos.
  8. Saiba guardar segredos.
  9. Não adie uma alegria.
  10. Surpreenda aqueles que você ama com presentes inesperados.
  11. Sorria.
  12. Aceite uma mão estendida.
  13. Pague suas contas em dia.
  14. Não faça preces para pedir coisas. Que a prece seja para agradecer e pedir sabedoria e coragem.
  15. Dê às pessoas uma segunda chance.
  16. Não tome uma decisão quando estiver cansado ou nervoso,
  17. Respeite todas as coisas vivas, especialmente as indefesas.
  18. Dê o melhor de si no seu trabalho. Tenha prazer em fazer bem feito.
  19. Seja humilde, principalmente nas vitórias.
  20. Jamais prive uma pessoa de esperança. Pode ser que ela só tenha isso.

Feliz Ano Novo!



Dentro de alguns dias, um Ano Novo vai chegar a esta estação.
Se não puder ser o maquinista, seja o seu mais divertido passageiro.
Procure um lugar próximo à janela desfrute cada uma das paisagens que o tempo lhe oferecer, com o prazer de quem realiza a primeira viagem.
Não se assuste com os abismos, nem com as curvas que não lhe deixam ver os caminhos que estão por vir.
Procure curtir a viagem da vida, observando cada arbusto, cada riacho, beirais de estrada e tons mutantes de paisagem.
Desdobre o mapa e planeje roteiros.
Preste atenção em cada ponto de parada, e fique atento ao apito da partida.
E quando decidir descer na estação onde a esperança lhe acenou não hesite.
Desembarque nela os seus sonhos...
Desejo que a sua viagem pelos dias do próximo ano, seja de

PRIMEIRA CLASSE

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A beleza está nos olhos de quem vê


Viver uma vida simples é também ver a beleza em tudo que vê. O "ver" não é somente com os olhos, mas ver com a alma, com os outros sentidos e órgãos que a vida nos deu. É ver com o coração, é sentir com os olhos a beleza da vida e dos seres que neles habitam.
Não concordo com aqueles que dizem que quem gosta de beleza interior é decorador. Tudo bem que a beleza estética e física abre muitas portas, mas se este ser não tiver conteúdo, a beleza em si não se sustenta. O tempo é o melhor termômetro para tudo isso.
Ter esse dom de ver a beleza em tudo e principalmente em sua vida é uma dádiva, para quem ainda não chegou a esse nível, não custa tentar, pratique. Tudo o que lhe vier de ruim, transforme em algo bom, troque esta energia que aparentemente veio de forma negativa e coloque para dentro de si uma energia positiva poderosa.
Lembrem-se, pessoas amargas só conseguem ver o que tem de errado e de ruim, pessoas doces conseguem ver a beleza na vida. Você pode escolher, o que você quer ser?
Roberto Alves

domingo, 20 de novembro de 2011

Oração do Perdão


Buscando eliminar todos os bloqueios que atrapalham minha evolução, dedicarei alguns  minutos para perdoar. A partir deste momento, eu perdôo todas as pessoas que de alguma  forma me ofenderam, injuriaram, me prejudicaram ou me causaram dificuldades  desnecessárias. Perdôo, sinceramente, quem me rejeitou, me odiou, me abandonou, me  traiu, me ridicularizou, me humilhou, me amedrontou, me iludiu.
Perdôo, especialmente, quem me provocou até que eu perdesse a paciência e reagisse  violentamente, para depois me fazer sentir vergonha, remorso e culpa inadequada.  Reconheço que também fui responsável pelas agressões que recebi, pois várias vezes  confiei em indivíduos negativos, permiti que me fizessem de boba e descarregassem sobre  mim seu mau caráter. Por longos anos suportei maus tratos, humilhações, perdendo tempo e energia, na tentativa inútil de conseguir um bom relacionamento com essas criaturas. Já estou livre da necessidade compulsiva de sofrer e livre da obrigação de conviver com indivíduos e  ambientes tóxicos. Iniciei agora, uma nova etapa de minha vida, em companhia de gente  amiga, sadia e competente: queremos compartilhar sentimentos nobres, enquanto  trabalhamos pelo progresso de todos nós.
Jamais voltarei a me queixar, falando sobre mágoas e pessoas negativas. Se por acaso  pensar nelas, lembrarei que já estão perdoadas e descartadas de minha vida íntima  definitivamente. Agradeço pelas dificuldades que essas pessoas me causaram, pois isso me ajudou a evoluir, do nível humano comum ao nível espiritualizado em que estou agora.
Quando me lembrar das pessoas que me fizeram sofrer, procurarei valorizar suas boas  qualidades e pedirei ao Criador que as perdoe também, evitando que elas sejam castigadas pela lei da causa e efeito, nesta vida ou em futuras. Dou razão a todas as pessoas que rejeitaram o meu amor e minhas boas intenções, pois reconheço que é um direito que assiste a cada um me repelir, não me corresponder e me afastar de suas vidas.
(Fazer uma pausa, respirar profundamente algumas vezes, para acúmulo de energia).
Agora, sinceramente, peço perdão a todas as pessoas, a quem, de alguma forma, consciente e inconscientemente, eu ofendi, injuriei, prejudiquei, ou desagradei. Analisando e fazendo julgamento de tudo que realizei ao longo de toda a minha vida, vejo que o valor das minhas boas ações é suficiente para pagar todas as minhas dívidas e resgatar todas as minhas culpas, deixando um saldo positivo a meu favor.
Sinto-me em paz com minha consciência e, de cabeça erguida, respiro profundamente, prendo o ar e me concentro para enviar uma corrente de energia destinada ao Eu Superior. Ao relaxar, minhas sensações revelam que este contato foi estabelecido.
Agora dirijo uma mensagem de fé ao meu Eu Superior, pedindo orientação, proteção e ajuda, para a realização, em ritmo acelerado, de um projeto muito importante que estou mentalizando e para o qual já estou trabalhando com dedicação e amor.
Agradeço de todo o coração, a todas as pessoas que me ajudaram e comprometo-me a retribuir trabalhando para o bem do próximo, atuando como agente catalisador do entusiasmo, prosperidade e auto-realização. Tudo farei em harmonia com as leis da natureza e com a permissão do nosso Criador, eterno, infinito, indescritível que eu, intuitivamente sinto como o único poder real, atuante dentro e fora de mim.
Assim seja, assim é e assim será.

Huno - Sistema Psicofilosófico de Antigos Povos da Polinésia.

Ouvi essa oração no youtube e achei muito linda.
Espero que tenham gostado.



quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Homem

Um certo dia um homem esteve aqui
Tinha o olhar mais belo que já existiu
Tinha no cantar uma oração.
E no falar a mais linda canção que já se ouviu.

Sua voz falava só de amor
Todo gesto seu era de amor
E paz, Ele trazia no coração.

Ele pelos campos caminhou
Subiu as montanhas e falou do amor maior.
Fez a luz brilhar na escuridão
O sol nascer em cada coração que compreendeu

Que além da vida que se tem
Existe uma outra vida além e assim...
O renascer, morrer não é o fim.

Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir

Eu sei que Ele um dia vai voltar
E nos mesmos campos procurar o que plantou.
E colher o que de bom nasceu
Chorar pela semente que morreu sem florescer.

Mas ainda há tempo de plantar
Fazer dentro de si a flor do bem crescer
Pra Lhe entregar
Quando Ele aqui chegar

Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir

Tudo que aqui Ele deixou
Não passou e vai sempre existir
Flores nos lugares que pisou
E o caminho certo pra seguir


Ouvi dizer que a letra dessa música é uma psicografia de Chico Xavier pelo espírito Emmanuel que foi entregue a Roberto Carlos nos “anos 70” em visita a Uberaba (MG) e juntamente com Erasmo Carlos, no ano de 1973, a transformaram nessa magnífica canção que emociona ao falar com simplicidade, mas extrema beleza da passagem do Mestre entre nós.

Não importa se isso é verdadeiro. O texto belíssimo é o principal.





quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Se ofendendo


As pessoas maduras não se abalam por causa de comentários indelicados de outras pessoas. De vez em quando as pessoas dizem coisas para nos testar e fazem comentários do tipo: “você não trabalha duro!” ou “você come demais!” ou ainda “todo mundo sabe que você casou com ele por dinheiro!”.Às vezes, essas coisas são ditas por inveja; mas, com freqüência, são ditas para provocar uma reação. Qualquer que seja o motivo, a melhor maneira de lidar com isso é sorrir e não dizer nada, ou concordar com a pessoa.
Assim, da próxima vez que seu vizinho o vir em seu carro novo e disser: “você não trabalha quase nada e ainda assim eles lhe pagam uma fortuna!”, simplesmente sorria e responda: “não é maravilhoso”?
Você não tem de explicar nada sobre suas responsabilidades e sobre o tempo que fica “ralando” no trabalho. Não precisa justificar. Apenas sorria e deixe isso para lá.Quando a sua cunhada observar coisas do tipo: “você está sempre tirando férias!”, concorde com ela. Diga: “sim, adoro tirar férias!”.
Se o seu primo disser: “puxa, você deve ter gasto uma nota nessa piscina!”, sorria e fale: “pode apostar que sim. É que detesto piscinas baratas!”.
Não se deixe perturbar. Você não vai ganhar nada discutindo com o seu primo, sua cunhada, seu vizinho ou com quem quer que seja... Quando encontrar com pessoas assim, concorde com elas de uma maneira gentilmente natural... Se você começar a tentar se defender... estará frito...
Em poucas palavras: somente pessoas que “pensam pequeno” fazem comentários desagradáveis; e somente pessoas que também “pensam pequeno” se ofendem. Seja alguém que “pensa grande”.
Texto de Andrew Matthews no livro "Faça amigos"

A História do Pato


Havia um pequeno menino que nas férias visitava os avós em sua fazenda. Um dia ganhou um estilingue para brincar no mato. Ele praticou na floresta, mas nunca conseguia acertar o alvo.
Desanimado, ele voltava para jantar, quando viu o pato de estimação da avó e, em um impulso, acertou a cabeça do pato e matou-o. Chocado, triste e em pânico, ele escondeu o pato morto na pilha de madeira!
Sally (sua irmã) tinha visto tudo, mas ela não disse nada.

Após o almoço no dia seguinte, a avó disse: "Sally, vamos lavar a louça".
Mas Sally disse: "Vovó, Johnny me disse que queria ajudar na cozinha."
Em seguida, ela sussurrou ao ouvido do irmão: "Lembra-se do pato?”
Assim, Johnny lavou os pratos.
Mais tarde naquele dia, quando vovô perguntou se as crianças queriam ir pescar, a vovó disse "me desculpe, mas eu preciso de Sally para ajudar a fazer o jantar".
Sally apenas sorriu e disse, "eu vou porque Johnny me disse que queria ajudar no jantar".
Novamente sussurrou no ouvido do irmão: "lembra-te do pato?"
Então Sally foi pescar e Johnny ficou para ajudar.
Após vários dias de Johnny fazendo o trabalho de Sally, ele finalmente não aguentava mais, falou com a avó e confessou que tinha matado o pato.
A avó ajoelhou, deu-lhe um abraço e disse:
"Querido, eu sei... eu estava na janela e vi a coisa toda, mas porque eu te amo, eu te perdoei. Eu só estava me perguntando quanto tempo você iria deixar Sally fazer de você um escravo."

Definição de um abraço segundo um matuto


O matuto falava tão calmamente, que parecia medir, analisar e meditar sobre cada palavra que dizia:
- É... das invenção dos homi, a que mais tem sintido é o abraço. O abraço num tem jeito di um só aproveitá! Tudo quanto é gente, no abraço, participa uma beradinha...
Quandu ocê tá danado de sodade, o abraço de arguém ti alivia...
Quandu ocê tá cum muita reiva, vem um, te abraça e ocê fica até sem graça de continuá cum reiva... Si ocê tá filiz e abraça arguém, esse arguém pega um poquim da sua alegria...
Si arguém tá duente, quandu ocê abraça ele, ele começa a miorá, i ocê miora junto tamém...
Muita gente importante e letrada já tentô dá um jeito de sabê purquê qui é, qui o abraço tem tanta tequilonogia, mas ninguém inda discubriu...
Mas, iêu sei! Iêu vô contá procêis:
O abraço é bão pur causa do Coração... Quandu ocê abraça arguém, fais massage no coração!... I o coração do ôtro é massagiado tamém! Mas num é só isso, não... Aqui tá a chave do maió segredo de tudo:
É qui, quandu nóis abraça arguém, nóis fica cum dois coração no peito."

Você sabe o que é tautologia?

Tautologia é o termo usado para definir um dos vícios de linguagem. Consiste
na repetição de uma idéia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas
com o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'.
Mas há outros, como você pode ver na lista a seguir:
- elo de ligação
- acabamento final
- certeza absoluta
- quantia exata
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- juntamente com
- expressamente proibido
- em duas metades iguais
- sintomas indicativos
- há anos atrás
- vereador da cidade
- outra alternativa
- detalhes minuciosos
- a razão é porque
- anexo junto à carta
- de sua livre escolha
- superávit positivo
- todos foram unânimes
- conviver junto
- fato real
- encarar de frente
- multidão de pessoas
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo
- empréstimo temporário
- surpresa inesperada
- escolha opcional
- planejar antecipadamente
- abertura inaugural
- continua a permanecer
- a última versão definitiva
- possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
- propriedade característica
- demasiadamente excessivo
- a seu critério pessoal
- exceder em muito .
Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada?  É
óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às
expressões que utiliza no seu dia-a-dia.
Verifique se não está caindo nesta armadilha.

Deficiências

Mário Quintana


"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus
.


Solidão - II

terça-feira, 27 de setembro de 2011

APENAS A LÍNGUA PORTUGUESA NOS PERMITE ESCREVER ISSO...

Pedro Paulo Pereira Pinto, pequeno pintor português, pintava portas,
 paredes, portais. Porém, pediu para parar porque preferiu pintar
 panfletos. Partindo para Piracicaba, pintou prateleiras para poder
 progredir. Posteriormente, partiu para Pirapora. Pernoitando,
 prosseguiu para Paranavaí, pois pretendia praticar pinturas para
 pessoas pobres. Porém, pouco praticou, porque Padre Paulo pediu para
 pintar panelas, porém posteriormente pintou pratos para poder pagar
 promessas. Pálido, porém personalizado, preferiu partir para Portugal
 para pedir permissão para Papai para permanecer praticando pinturas,
 preferindo, portanto, Paris. Partindo para Paris, passou pelos
 Pirineus, pois pretendia pintá-los. Pareciam plácidos, porém,
 pesaroso, percebeu penhascos pedregosos, preferindo pintá-los
 parcialmente,pois perigosas pedras pareciam precipitar-se
 principalmente pelo Pico, porque pastores passavam pelas picadas para
 pedirem pousada, provocando provavelmente pequenas perfurações, pois,
 pelo passo percorriam, permanentemente, possantes potrancas. Pisando
 Paris, permissão para pintar palácios pomposos, procurando pontos
 pitorescos, pois, para pintar pobreza, precisaria percorrer pontos
 perigosos, pestilentos, perniciosos, preferindo Pedro Paulo
 precaver-se. Profundas privações passou Pedro Paulo. Pensava poder
 prosseguir pintando, porém, pretas previsões passavam pelo pensamento,
 provocando profundos pesares, principalmente por pretender partir
 prontamente para Portugal. Povo previdente! Pensava Pedro
 Paulo...Preciso partir para Portugal porque pedem para prestigiar
 patrícios, pintando principais portos portugueses.
 -Paris! Paris! Proferiu Pedro Paulo. -Parto, porém penso pintá-la
 permanentemente, pois pretendo progredir. Pisando Portugal, Pedro
 Paulo procurou pelos pais, porém, Papai Procópio partira para
 Província. Pedindo provisões, partiu prontamente, pois precisava pedir permissão para Papai Procópio para prosseguir praticando pinturas.
 Profundamente pálido, perfez percurso percorrido pelo pai. Pedindo
 permissão, penetrou pelo portão principal. Porém, Papai Procópio
 puxando-o pelo pescoço proferiu: Pediste permissão para praticar
 pintura, porém, praticando, pintas pior. Primo Pinduca pintou
 perfeitamente prima Petúnia. Porque pintas porcarias? Papai, proferiu
 Pedro Paulo, pinto porque permitiste, porém, preferindo,poderei
 procurar profissão própria para poder provar perseverança, pois
 pretendo permanecer por Portugal. Pegando Pedro Paulo pelo pulso,
 penetrou pelo patamar, procurando pelos pertences, partiu
 prontamente,pois pretendia pôr Pedro Paulo para praticar profissão
 perfeita: pedreiro! Passando pela ponte precisaram pescar para poderem
 prosseguir peregrinando. Primeiro, pegaram peixes pequenos, porém,
 passando pouco prazo, pegaram pacus, piaparas, pirarucus. Partindo
 pela picada próxima, pois pretendiam pernoitar pertinho, para procurar
 primo Péricles primeiro. Pisando por pedras pontudas, Papai Procópio
 procurou Péricles, primo próximo, pedreiro profissional perfeito.Poucas palavras proferiram, porém prometeu pagar pequena parcela para
 Péricles profissionalizar Pedro Paulo. Primeiramente Pedro Paulo
 pegava pedras, porém, Péricles pediu-lhe para pintar prédios, pois
 precisava pagar pintores práticos. Particularmente Pedro Paulo
 preferia pintar prédios. Pereceu pintando prédios para Péricles, pois
 precipitou-se pelas paredes pintadas. Pobre Pedro Paulo, Pereceu
 pintando...' Permita-me, pois, pedir perdão pela paciência, pois
 pretendo parar para pensar...
 Para parar preciso pensar. Pensei. Portanto, pronto pararei.


E você ainda se acha o máximo quando consegue dizer:
O RATO ROEU A RICA ROUPA DO REI DE ROMA

Solidão - I




           A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.

Vinicius de Moraes

Educação: Um dos mais belo trajes da alma



O médico conversa descontraído com o enfermeiro e o motorista da ambulância, quando uma senhora elegante chega, e de forma ríspida, pergunta: Vocês sabem onde está o médico do hospital?
Com tranquilidade, o médico responde: Boa tarde, senhora! Em que posso ser útil?
Impaciente, a mulher indaga: Será que o senhor é surdo? Não ouviu que estou procurando pelo médico?
Mantendo-se calmo, contesta ele: Senhora, o médico sou eu. Em que posso ajudá-la?
Como?! O senhor?!?! Com esta roupa?
Ah, senhora! Desculpe-me! Pensei que a senhora estivesse procurando um médico e não uma vestimenta...
Oh! Desculpe, doutor! Boa tarde! É que...vestido assim, o senhor nem parece um médico...

Veja bem as coisas como são...- diz o médico -... As vestes parecem não dizer muitas coisas mesmo... Quando a vi chegando, tão bem vestida, tão elegante, pensei que a senhora fosse sorrir educadamente para todos, e depois daria um simpaticíssimo "Boa tarde!"
Como se vê, as roupas nem sempre dizem muito...
*   *  *
Um dos mais belos trajes da alma é, certamente, a educação.
Educação que, no exemplo em questão, significa cordialidade, polidez, trato adequado para com as pessoas.
São tantos ainda no mundo que não têm tato algum no tratamento para com os outros!
Sofrem e fazem os outros sofrerem com isso.
Parece que vivem sempre à beira de um ataque de nervos, centrados apenas em si, em suas necessidades urgentes e mais nada.
O mundo gira ao seu redor e para lhes servir. Os outros parecem viver num mundo à parte, menos importante que o seu.
Esses tais modos vêm da infância, claro, em primeiro lugar. Dos exemplos recebidos da família em anos e anos de convivência.
Mas também precisam vir da compreensão do ser humano, entendendo todos como seus irmãos.
Não há escolhidos na face da Terra. Não há aqueles que são mais ou menos importantes. Fomos nós, em nossa pequenez de Espíritos imperfeitos, que criamos essas hierarquias absurdas, onde se chega ao cúmulo de julgar alguém pelas roupas que veste.
Quem planta sorrisos e gentileza recebe alegria e gratidão, e vê muitas portas da vida se abrindo naturalmente, através da força estupenda da bondade.
O bem é muito mais forte que o mal.
O bem responde com muito mais rapidez e segurança às tantas e tantas questões que a existência nos apresenta, na forma de desafios.
Ser gentil, ser cordial é receber a vida e as pessoas de braços abertos, sem medo de agir no bem.
Ser bem educado é contribuir com a semeadura do amor na face da Terra, substituindo, gradualmente, tantas ervas daninhas que ainda existem nesses campos, por flores e mais flores de felicidade.
Ser fraterno, em todas as ocasiões, é vestir-se com este que é um dos mais belos trajes da alma: a educação.

Paradoxo do nosso tempo

George Carlin

Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos
rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde,
acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV
demais e raramente estamos com Deus.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos
freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos
à nossa vida e não vida aos nossos anos.

Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a
rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas
não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo,
mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos
menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais
informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos
comunicamos cada vez menos.

Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta;
do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e
relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas
chiques e lares despedaçados.

Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral
descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das
pílulas 'mágicas'.

Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na
dispensa.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas
não estarão aqui para sempre.

Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo,
pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o)
e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame...
se ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor,
quando vêm de lá de dentro.

Por isso, valorize as pessoas que estão ao
seu lado, sempre.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cativar




Uma palavra tão linda já
Quase esquecida me faz recordar
Contendo sete letrinhas e
Todas juntinhas se lê cativar

Cativar é amar
É também carregar
Um pouquinho da dor
Que alguém tem que levar
Cativou! Disse alguém
Laços fortes criou
Responsável tu és
Pelo que cativou

Num deserto tão só
Entre homens de bem
Vou tentar cativar
Viver perto de alguém



" A beleza de um rosto é um espelho de ilusão que se desfaz com o passar do tempo, mas a beleza interior não há vento ou tempo que a destrua, pois ela permanece para sempre"

domingo, 18 de setembro de 2011

Se eu me Cansar da Vida



Senhor,
Se um dia também eu, como tanta gente,
estiver " cheia da vida" , com vontade
de sumir, de morrer, insatisfeita comigo
e com o mundo em torno de mim;

- Pergunta-me, apenas, se eu quero
trocar a luz pelas trevas;

- Pergunta-me, se eu quero trocar a fartura
da mesa posta, pelos restos que tantos
vem buscar no lixo;

- Pergunta-me, se eu quero trocar meus pés
por uma cadeira de rodas;

- Pergunta-me, se eu quero trocar minha
voz , pelos gestos;

- Pergunta-me se eu quero trocar o mundo
maravilhoso dos sons pelo silêncio dos
que nada ouvem;

- Pergunta-me, se eu quero trocar o jornal que
leio e depois jogo no lixo, pela miséria dos
que vão buscá-lo para fazer dele seu cobertor;

- Pergunta-me, se eu quero trocar minha
saúde, pelas doenças incuráveis de tanta gente;

- Pergunta-me também, até quando
não reconhecerei as tuas bênçãos, a fim de fazer de
minha vida um hino de louvor e gratidão
e dizer, todos os dias, do fundo de mim:

- Obrigada, Senhor...!!



sexta-feira, 1 de julho de 2011

Mensagem para uma amiga

Querida amiga P.S.L.Y.,

Primeiro quero dizer que esta escada é para você subir sempre mais alto e as flores no caminho são para que sua vida seja repleta de alegria e muitas cores.



Segundo é que teu sorriso lindo e sincero, aquece os corações de todos que te cercam e resplandece a luz divina da tua bondade, da tua alegria de viver e do teu amor verdadeiro.
Não mude. Não nos deixe livres dos sentimentos sublimes que a tua presença nos exprime.
Diga sim à vida e se ame muito, muito.

Que os anjos guardiães possam te envolver com o bálsamo da esperança, do consolo e do amor.
Fica com Deus!!



 OBS: Ah!! Essa última foto foi pra fazer você sorrir. 

 Beijos da Jô

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A desumanidade das guerras

 "É chocante constatar que o que parecia uma nação civilizada, pudesse criar uma ciência de crueldade." Do livro Diário de Anne Frank





A Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

Vinicius de Moraes





No dia 6 de agosto  duas bombas atômicas explodiram;  em 1945,  em  Hiroshima, matando dezenas de milhares de pessoas. Homens, mulheres, crianças e velhos foram feitos  em   pedaços pela explosão ou horrivelmente queimados pelo calor de radiação.
Entre 6 de agosto e 31 de dezembro de 1945, cerca de 140 000 pessoas foram mortas pela bomba que caiu sobre Hiroshima.
Em 9 de agosto, os Estados Unidos lançou uma segunda bomba sobre Nagasaki e deixou cerca de 70 000 mortos.
Os Estados Unidos  nunca pediram desculpas por este  genocídio.



Queda do Muro de Berlim

Em 9 de novembro de 1989, com a crise do sistema socialista no leste da Europa e o fim deste sistema na Alemanha Oriental, ocorreu a queda do muro. Cidadãos da Alemanha foram para as ruas comemorar o momento histórico e ajudaram a derrubar o muro. O ato simbólico representou também o fim da Guerra Fria e o primeiro passo na reintegração da Alemanha.



O Muro de Berlim (em alemão Berliner Mauer) foi uma barreira física, construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas simpatizantes do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de Agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas de o atravessar.


"O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém, desviamo-nos dele. A COBIÇA envenenou a alma dos homens... levantou no mundo muralhas do ódio...
Soldados! Não batalhem pela escravidão! Lutem pela liberdade!" Charles Chaplin


No Livro Olhai os Lírios do Campo Érico Veríssimo comenta:


 " Estive pensando muito na fúria cega com o que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esqueceram o que têm mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não mais almas humanas para morar neles? É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.  
Há na terra um grande trabalho a realizar. É tarefa para seres fortes, para corações corajosos. Não podemos cruzar os braços. É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência, e sim com as do amor e da persuasão. 
Quando falo em conquistas, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, através do espírito de cooperação."

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Gente Humilde







Tem certos dias em que eu penso em minha gente
E sinto assim todo o meu peito se apertar
Porque parece que acontece de repente
Como um desejo de eu viver sem me notar

Igual a como quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem vindo de trem de algum lugar
E aí me dá como uma inveja dessa gente
Que vai em frente sem nem ter com quem contar
São casas simples com cadeiras na calçada
E na fachada escrito em cima que é um lar
Pela varanda flores tristes e baldias
Como a alegria que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza no meu peito
Feito um despeito de eu não ter como lutar
E eu que não creio peço a Deus por minha gente
É gente humilde, que vontade de chorar


Composição de Garoto, Vinícius de Moraes, Chico Buarque e Nicanor.
Resolvi colocar a música interpretada por Renato Russo, pois ficou belíssima em sua voz grave.


Eu sei, mas não devia





Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.


Marina Colasanti (1972)

O Homem Nu - Fernando Sabino




Ao acordar, disse para a mulher:
— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o sujeito com a conta, na certa.  Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
— Explique isso ao homem — ponderou a mulher.
— Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém.   Deixa ele bater até cansar — amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão.  Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la, ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos:
— Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os andares...  Desta vez, era o homem da televisão!
Não era. Refugiado no lanço da escada entre os andares, esperou que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
— Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho do pão.
Mas eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
— Ah, isso é que não!  — fez o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, em pêlo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime do Terror!
— Isso é que não — repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, obrigando-o a parar.  Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão do seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador.  Antes de mais nada: "Emergência: parar". Muito bem. E agora? Iria subir ou descer?  Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
— Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si.
Voltou-se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
— Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso.  — Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
— Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
— Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
— É um tarado!
— Olha, que horror!
— Não olha não! Já pra dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta.
— Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir.
Não era: era o cobrador da televisão.

Esta é uma das crônicas mais famosas do grande escritor mineiro Fernando Sabino. Extraída do livro de mesmo nome, Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 65.